E quando o período não vem?
Primeiro talvez você panique com medo de estar grávida mas depois, mês após mês sempre esperando ansiosamente, percebe que algo mais se passa. Quem passa ou já passou pela ausência do período sabe que é assim.
Então hoje eu quero falar deste assunto porque é seŕio e tem consequências graves na sua saúde futura que deve conhecer para parar de achar que um dia o período virá e que tudo estará bem. Que se não está grávida então não deve ser nada sério, ou ainda se tem medo ou vergonha de contar isso a alguém.
Se alguma destas questões é a sua, ou outra parecida, saiba que não pedir ajuda só vai piorar as coisas e que há profissionais sérios mas também acolhedores que a vão ouvir com toda a atenção e apoiar a sua jornada. No caso, eu sou uma delas!
Vamos agora falar a sério e aprender mais sobre isto no post.
Neste post vai aprender:
- Quais são os riscos da amenorreia hipotalâmica para a saúde da mulher jovem
- Quais são as consequências para a saúde
- Quais são os sintomas mais comuns
A amenorreia hipotalâmica (ausência do ciclo menstrual) é um problema entre mulheres jovens, especialmente durante o auge da vida reprodutiva, e é importante que os profissionais de saúde conheçam as consequências a longo prazo dos baixos níveis de estrogénios, que podem afetar não só a saúde reprodutiva, mas também o coração e os ossos. Mulheres com essa condição podem começar a perder massa óssea em apenas seis meses, o que pode levar à osteoporose precoce e a doença cardiovascular prematura.
A amenorreia hipotalâmica e o stress estão conectados: o stress pode causar a condição e ser uma consequência dela. Mulheres com amenorreia tendem a ter mais ansiedade, depressão e dificuldade em lidar com o dia a dia, mas muitas não buscam ajuda quando notam mudanças no ciclo menstrual.
O stress aumenta o cortisol, que afeta o humor, e muitas mulheres têm baixa autoestima, sendo mais perfeccionistas e preocupadas com a aparência. Os seus hábitos alimentares mudam, com menos consumo de gordura e mais hidratos, devido à preocupação com o peso. Além disso, há uma alta taxa de distúrbios alimentares entre as mulheres com amenorreia.
A falta de estrogénio afeta o cérebro e os neurotransmissores, como a serotonina e a dopamina, o que contribui para as mudanças de humor e sentimentos de insegurança.
O aumento do stress está associado ao desequilíbrio de uma outra hormona – o cortisol. Níveis elevados de cortisol são mediadores de alterações de humor, levando a uma ampla gama de sintomas psiquiátricos, como ansiedade e depressão. Além disso, essas mulheres tendem a ser mais perfeccionistas e preocupadas com a opinião dos outros, o que reflete uma baixa autoestima.
Estudos mostram que mulheres com amenorreia têm uma alimentação muito diferente por causa da preocupação exagerada com a magreza e o humor deprimido. A taxa de distúrbios alimentares é alta, 41% das mulheres sofre de algum transtorno, sendo que 27% sofrem de compulsão alimentar.
Todo este contexto leva a que mulheres com amenorreia se sintam mais inseguras e inadequadas nas suas vidas. Apesar do aumento da ansiedade e das características depressivas, muitas dessas mulheres não procuram ajuda profissional quando o período não chega.
Tal como referi no início existem profissionais disponíveis para a ouvir e acolher, não espere mais de 4 meses para procurar ajuda!
Um grande abraço,
Sofia Moradas
Se gostou deste conteúdo siga o meu instagram @sofiamoradas.saude ou subscreva a newsletter aqui subscreva a nossa newsletter _para receber as atualizações do blog.
_
Publicações relacionadas que não vai querer perder:
Ausência do período: fármacos não são primeira opção
Amenorreia: entenda porque afeta mulheres jovens